domingo, 16 de março de 2014

Pitty - 2° Anacrônico

Olá, pessoas! (:

*Nota: Bom, a ideia inicial era escrever sobre a PITTY (especificamente, sobre o “Admirável Chip Novo no Especial:Semana da Mulher, mas decidi discografa-la, a pedido do companheiro de blog David Bruno. (Um beijo, seu lindo!).

Dois anos após o lançamento do bem sucedido “Admirável Chip Novo”, é lançado em 2005 o segundo álbum “Anacrônico” no formato DualDisk (CD e DVD), que trás de brinde o documentário “Sessões Anacrônicas”, retratando o cotidiano das gravações do CD, e a galeria de fotos “Seu Mestre Manou”.


A arte na capa é obra do artista plástico
Edinho Sampaio. São as “drongas”, segundo a própria Pitty: “garotas de hoje, mas com um toque retrô (ou de ontem com um toque futurista), com uma malícia não declarada, uma inocência pervertida. Esquisitinhas, com gengivas, olhos e dentes estranhos. Pessoas estranhas, mas interessantes.” Fazendo o link com o tema do anacronismo.


Com mudança na formação: Sai da banda Peu Souza, então guitarrista que participou do primeiro trabalho, inclusive da turnê do mesmo, e entra Martin Mendonça, guitarrista que já era brother da banda, e foi super elogiado por seu trabalho e soma ao grupo pela vocalista. A essa mudança pode ser atribuída à diferença de sonoridade, que chega mais pesada, e à Pitty tocar bem mais guitarra que no álbum anterior.





Com 13 faixas e 5 singles (Anacrônico, Memórias, Déjà Vu, Na Sua Estante e De Você), o disco vendeu cerca de 700 mil cópias, superando o sucesso do primeiro CD!






Pesado! Arranjo e riffs te seduzindo a todo tempo... Parece uma brincadeira, uma grande ironia com o termo “saideira”, tão adotando aos fins de rolês alcoólicos, considerando que é a primeira faixa do CD. Remete a aquele momento que você para com a “diversão” e tem que encara as pessoas com seriedade pra se despedir. Quase sempre são os momentos em que o mais importante é assimilado.
“Se sente na pele que chegou a hora/ Saber a qual é, olhando no olho
Pra alguns isso assusta, mas é tão necessário/ Pra ter a noção do que é real”.
A obra se auto explica: 
“Ei! Não vá ainda embora... beba mais um copo/ 
É que logo agora vai começar a história...”.

Faixa-título, alta densidade... Um rock mais contido que vira porrada no refrão. A música fala de mudanças. As pessoas continuam as mesmas, mas tudo em volta delas se modifica, se transforma, e transforma a vida de cada uma delas junto... Mudam os valores, os conceitos, a visão de tudo.
Anacrônico se refere ao que é oposto à cronologia, avesso à sua época.
Foi o primeiro single lançado, e o clipe reafirma bem a ideia de desconforto, de conflito de mentalidades... Se passa num manicômio, e a protagonista vive numa brisa (é sério!). E na sua brisa, é atormentada por bonecos, há um julgamento, uma sentença de execução, e então é inserido na cabeça dela (literalmente) os novos valores a serem adotados... Por fim, ela própria é uma boneca, que vive enjaulada. Baita metáfora!


Quinto e último single lançado do álbum. Não foi considerada muito “radiofônica”, por isso não teve aderência das rádios... Eu diria que a filosofia dela não é radiofônica, não a sonoridade.
Fala dessa proporção Posse x Medo. Quanto mais as pessoas têm, mais querem, e mais temem... E não percebem que elas mesmas alimentam esse ciclo.
“E é com a mãe aberta/ Que se tem cada vez mais
A usura que te move/ Vai te puxar pra trás.”
O clipe (que faturou o Prêmio ABC – Academia Brasileira de Cinematógrafos – em 2009) foi produzido em 2008, e mostra uma rebelião de zumbis, que fogem de uma espécie de instituto de pesquisa até o encontro da banda tocando, e TCHARÃÃ... A banda também virou Zumbi! MUAHAHAHAHA.


Segundo single do álbum, e faixa de maior sucesso do CD. Entrou para a trilha do filme dirigido por Cacá Diegues, “O Maior Amor do Mundo”, e para a telenovela global “Caminho das Índias”. Ganhou o prêmio Bizz 2007 como Música do ano, e o clipe os prêmios de Melhor Videoclipe do Ano no Prêmio Multishow de Música Brasileira de 2006, e melhor videoclipe na escolha da audiência no VMB no mesmo ano.
O tema (ou acontecimento) principal do videoclipe é o polêmico “jogo do copo”, em que se joga sobre um tabuleiro e através de ajuda sobrenatural, se obtém respostas.
Quem nunca teve um amigo expert nesse jogo? Isso! Aquele mesmo, que tinha uma bateria em casa, mas nunca mostrou pra ninguém, ganhou do pai uma 38 e ia à Disney todo ano, mas o filme da máquina fotográfica sempre queimava... Lembra? Rs.
Mas e você, teme as suas memórias?


Uma das faixas mais intensas do CD, gosto de pensar nela como a “Temporal” do álbum, só que mais pesada e sombria. Foi o terceiro single lançado, e trilha da novela da Rede Record “Bicho do Mato”. É uma autoanálise de alguém que se sente esgotado, mas que se sabe/sente vivo! E embora essa vivacidade tenha se perdido pelo caminho, a consciência ainda existe e se faz presente, esperando o momento de tomar forma.
Ganhou o prêmio de Melhor Videoclipe de Rock no VMB de 2006.


Rapidinha e sufocante, a faixa nos familiariza com as tomadas de fôlego da vocalista, que não escapam nem às edições de áudio do álbum. E que, cá entre nós, é um charme! ;)

Primeira faixa gravada pela banda em inglês, o que a camufla enquanto segunda canção de amor (sombrio) do CD. Uma vez a Pitty disse (Se não me falha a memória, no Ao Vivo MTV) que ela tinha vontade de colocar um saco de papel da cabeça pra cantar a romântica “Equalize”. Em Ignorin’ U a camuflagem do idioma – no lugar do saco de papel – nem seria necessária, já que ela não é necessariamente romântica, mas fala de amor, de um jeito rebelde. E deu um puta charme!
“I am nor waiting for a prince on a White horse just to save me
(Não estou esperando um príncipe em um cavalo branco pra me salvar)
I Know I have to do by myself
(Sei que tenho que fazer isso eu mesma)
And this time I Will be free
(E nessa hora eu serei livre)
So I Will ignore you”
(Então eu irei ignorar você)

Forte crítica ao sistema! Esse “jogo” que todos nós jogamos de alguma forma. As nossas regras sociais de felicidade, divertimento, interação social... Tudo o que nos é passado com a ilusão de integração, nos toma o controle da própria vida visando apenas lucro de terceiros, sem garantia de ausência de sequelas.
A música começa num arranjinho, quase hipnótica, e então explode no chorus.  

Fazendo conexões, essa seria a irmã pesada e sombria de “Equalize”, ambas são as únicas faixas explicitamente de amor de cada álbum. Porém, como no Anacrônico o conjunto todo é mais “sombrio”, a canção de amor também é. Total #BrokenHearted.
É o quarto single a ser lançado, e tudo indica que o segundo maior sucesso da banda até hoje. Clipe vencedor do prêmio de Melhor Videoclipe de Rock no VMB de 2007.


Bom, será que eu já esgotei minha cota de utilização da palavra “sombria”? Pois é, não consigo pensar em outro termo pra descrever essa faixa, rs. Ela fala da naturalidade e afeição com o que pra tantos representa algo ruim, triste, pavoroso... No clima meio grunge, delícia.
E, filosofando um pouco, no fundo estamos sempre no escuro. Não se pode ver o que é real, verdadeiro. Somos reféns das palavras, atitudes, bem como o interior de cada um, não é o visual que realmente faz a pessoa, e você só consegue ver isso, quando deixa de olhar pra fora. Só no escuro.

A voz de tudo o que foi feito de brutal ao longo da nossa triste história... Num estilo que me remete
à “Perfeição” - Legião. A música enfatiza a Inquisição, mas todas as atrocidades que foram cometidas às pessoas, sempre de cima pra baixo, da igreja, dos governantes, dos magnatas por trás da mídia... Ironicamente, sejam essas ordens veladas ou não, vem de pessoas que de uma forma ou de outra nós permitimos que continuem com o poder pra isso. E elas manipulam tudo isso sem sujar as mãos.
“Quem ordena a execução, não ascende a fogueira”.

Raivosa, um grito de guerra com um trecho suave no meio, que vai crescendo e ataca novamente, acabando na clássica “escravos de Jó”.
“Eu não vim aqui pra pedir/ O que eu quero eu vou conquistar
Se agora é hora de ir/ Tô na estrada, sigo em frente
Eu não penso em fugir/ E nem mesmo me consolar
Tenho medos e mesmo assim/ Tô na estrada, sigo em frente
Sou Guerreiro.”

Posso estar sendo traída pelos meus ouvidos (não muito bem treinados), mas me parece a melodia calminha no meio de “Guerreiros são Guerreiros”. E, numa continuação muito bem amarrada, trás o questionamento fatal:
“E depois, então/ Que conquistar o último desafio/
Quando aprender a voar/ Quando achar que já tem tudo/
O que vai querer?/ O que vai querer depois?/ O que vem depois?”

Eu postei os clipes dos singles, mas pra quem quiser ouvir o áudio to CD completo, é só dar o play! :D


Volto em breve com o “{Des}Concerto”!

Tchau! o/

6 comentários:

  1. "Na Sua Estante" marcou minha adolescência tbm! =D

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  2. E o clipe é realmente mto fofo! hahahaha

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  3. Muito obrigado por continuar as postagens, adorei!!! (beijo retribuído)

    O "Anacrônico" é o disco de estúdio que mais gosto da banda Pitty. A faixa Anacrônico é, sem dúvida, a que mais me remete a uma fase muito interessante da minha vida, a de descoberta, de mudanças, uma fase de criação de responsabilidades (É claro que somos as mesmas pessoas/ Mas pare e perceba como o seu dia-a-dia mudou). Déjà Vu e Na Sua estante me arrancam lágrimas sempre. Eu sou bobo. Brinquedo Torto é aquela música que te faz viajar, te faz pensar em tudo ao seu redor. Pelo menos é assim para mim. Não consigo escolher uma música favorita, mas ouso dizer que Querer Depois possa estar no topo. É sem dúvida uma das mais enigmáticas letras da Pitty, que estava no auge da sua carreira (O que vai querer depois?). Fiz pequenos comentários das músicas que mais gosto.

    Adoro os comentários que faz sobre as música e o modo que aborda sobre cada uma delas. É delicioso de ler!

    Parabéns pela postagem! Estou aguardando o "Chiaroscuro" (e espero que comente sobre Sob o Sol, uma de minhas músicas favoritas ever).

    Ps: você podia fazer um extra sobre o "{Des} Concerto ao vivo" e o "Agridoce", o que acha?

    Mais um beijos para ti e agradeço, de novo, que tenha continuado as postagens!
    David.

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  4. Aaah, seu kirííííídooo!! *-* rsrs. Valeu!! Fico muito feliz mesmo que goste, de verdade!! Quase chego a acreditar que sou boa msm! *-* hahahahaha.
    O Agridoce já estava nos meus planos, pra ser bem sincera... Mas o {Des}Concerto, não... E, se me permitirem a edição no post, já vou continuar com ele! :D
    Olha como sou legal! heuheuehue.
    bjãoo, meu kiriiiiidoo!! ;*

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  5. Eu tmb piro nessa, Caio! #JaChoreiLitrosOuvindo rsrsrs. E esse clipe é o melhoor!! Captou exatamente a energia da música... *-*

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  6. Mto bom o post, Ju.
    O álbum é demais.
    E Na Sua Estante é a favorita. Não tem como escapar! rsrsrs

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