domingo, 19 de outubro de 2014

Pitty - 3° Chiaroscuro

Olá, pessoas! (:




Chiaroscuro é o terceiro álbum de estúdio da banda Pitty, lançado em Agosto de 2009, depois de um intervalo de 4 anos sem um trabalho de inéditas, alcançando disco de platina, e ganhou sua edição em Vinil também, no ano seguinte.



Compacto – Me Adora

E numa tiragem limitada da bolacha de 7 polegadas, lançado pela Deck Disc e Polyssom, vinil preto, a faixa “Sob o sol” no lado B, escrita pela bahiana em parceria com Fabio Cascadura. Perfeita harmonia entre imensidão e solidão. “Todo velho disco tem seu lado B, quem vai na mata escura sabe o que eu quero dizer [...] E ela ainda é tão só...”



O disco foi feito, a gosto da banda, da maneira mais “old school” possível, gravando todos os instrumentos ao vivo, produzido pelo Rafael Ramos, da Deck, e mixado no estúdio Tambor, no Rio de Janeiro, masterizado em Los Angeles por Bernie Grundman (que já trabalhou com Neil Young, Michael Jackson, Dead kennedys, Beck, e cia.).
Foram produzidas 14 faixas ao todo, onze delas estão no disco e as 3 que não entraram (“Sob o sol”, “Pra Onde Ir” e “Just Now”) estão no DVD Chiaroscope, que foi lançado 2 meses depois, com vídeos e Making Of.


A expressão que dá nome ao disco significa “claro e escuro”, tem origem italiana, e se refere originalmente a uma técnica de pintura de Leonardo Da Vinci, que se vale dos contrastes entre luz e sombra para caracterizar/definir as imagens, dando um efeito tridimensional na pintura.
Pensando na origem do termo, a escolha se justifica pelos contrastes encontrados nas composições, onde, embora se refira predominantemente ao rock, têm influências do soul, tango, bolero, música erudita... Confrontando sutileza e visceralidade, leveza e densidade.

A capa foi desenhada durante as gravações pela artista plástica, ilustradora e estilista Catarina Gushiken, inspirada em um painel do estúdio.

A crítica encarou o trabalho como o mais maduro até então, tanto pelo enriquecimento sonoro, a mescla de ritmos, influências, arranjos cada vez mais elaborados, o vocal mais comedido, e as letras, que embora continuem com o mesmo foco – Uma investigação sobre o ser humano como um todo (segundo a própria vocalista e letrista principal) – seguem cada vez mais densas e recheadas de mensagens subliminares e referências literárias.


A bateria chama os riffs, que vão crescendo e enchendo a música... Falar de extremos sem ser extremista, admitir a possibilidade de transitar entre o amor e o ódio, mas nunca o meio termo.
O morno não acorda ninguém.
“Eu só quero o começo, me entedia lidar com o meio
Quero muito, tenho apego - Já não quero, só resta desprezo.”

Primeiro single do disco, baladinha gostosa, contagiando com sua batéra como numa marcha, uns toques do que me arrisco ser uma castanhola no fim do refrão... A cabeça erguida ao fim de um relacionamento, o orgulho ferido, a transgressão e ousadia na auto-afirmação, que camufla um pedido de recomeço de alguém que ainda não aceita o fim. E o Martin te hipnotizando nos agudos durante toda a música.

3. Medo
Explanação sobre um dos sentimento mais experimentados e evitados pelo homem, sob a ótica de quem o aprecia, aprende com ele, vive sua adrenalina com prazer.

Na minha humilde opinião: um charme!
Começa num tanguinho, encantadoramente sofrido, expondo suas feridas abertas, e explode num rock de exorcismo, expulsando todo o sofrimento com a coragem de sentí-lo até que se esgote.

Terceiro single lançado deste disco, preenchendo a curta e já conhecida cota de românticas por CD.
E não é porque fala de amor, que tem que ser feliz. Mansinha, invoca aquele mix de melancolia, sono e sentimentalismo. Sobre aquele romance que não pode dar certo, mas nem por isso você desapega.

Single promocional com clipe, mais (pop) rock. Inspirada naquelas mal perdedores, que vivem de atribuir aos outros os seus insucessos. 

Difícil pra uma feminista não amar essa.
Literalmente, o retrato da desconstrução da Amélia, divinamente descrita. Sem a agressividade e repúdio aos homens, como dita o imaginário popular sobre o feminismo. Com a energia e pulso firme daquelas que se reconhecem como parte importante na sociedade, na família, em casa, na história... Na sua própria, principalmente. A mulher que foge da imagem injusta a que a cultura lhe atribuiu.
“Nem serva, nem objeto. Já não quer ser o outro, hoje ela é um, também.”


Profunda, sugestiva, firme, intensa. A vida de um rato na roda, “Sempre seguindo, pra nunca chegar”.
Qualquer semelhança com a sua(nossa) vida desgraçada de classe média-baixa é mera coincidência. Ou não.

Single promocional, com um clipe bem brisa da Pitty tomando banho de banheira, devidamente coberta por espumas, o Duda no chuveiro nú em pelos atrás de um box transparente, Joe levando tranquilamente na viola, e o Martin lixando a unha.
Daquelas músicas sem refrão, uma história sobre um sonho, a manhã seguinte, a reflexão sobre a maneira de levar a vida, a ressaca moral de quem caiu do trapézio. Ou, como diria o ditado popular: “Mãe, o forninho caiu!” #PiadaFail.

A mais calminha do disco, talvez a mais profunda também, a mais voltada pra dentro, eu acho.
Fala de aceitar e amar a si mesmos como somos. Aquela pra você ouvir quando ta no fundo do poço, decidido a subir.

O mais próximo de um hino lançado até aqui, um tanto inespecífica eu diria, mas que por outro lado serve pra muitas situações, a falta de porquês e de voz, ideais, a imparcialidade das pessoas em tempos de se manifestar.

Até o próximo álbum ao vivo: A Trupe Delirante no Circo Voador!
Tchau!

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