quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Kiss 17 - Asylum (1985)

Oi, eu sou o Salinas! Asylum foi mais um disco da chamada "fase glam" do Kiss. O relativo sucesso de Animalize os levou à conclusão de continuar com as plumas, paetês e sensualidade. Mas ainda na turnê o guitarrista Mark St John teve que cair fora por um problema nas mãos, substituído por Bruce Kulick. Era o terceiro guitarrista depois de Ace Frehley, pra tentar finalmente sossegar numa formação por uns anos.

Mas não ainda. Gene Simmons continua investindo em suas outras carreiras, como ator de cinema e produtor de bandas, e apesar de assinar algumas faixas do disco, ficava só "part time" nas tarefas Kissísticas. Delegou o baixo em duas faixas. Não é impossível que em algum show dessa época tenha sido usado um sósia...

Quanto ao som, não tem como não ficar com aquela sensação de mais do mesmo. Gene dando em cima de geral, e Paul fazendo suas declaraçõezinhas de amor. Mas o disco já não pinga tanta testosterona como os anteriores. As metáforas sexuais são menos pesadas, eles estão até um pouco mais poéticos (mas só um pouco...). Eric Carr segurando legal o refrão na batera. E o novo guitarrista, depois de amargar um período como "estagiário assistente" do Mark St John, finalmente conquistou seu lugar na banda e agora tá cheio de gás!

"King of the Mountain" (Paul, Bruce, Desmond Child)

A primeira faixa, poderosa e triunfal, começa num rápido solo de bateria. Depois da Intro, vemos novamente Paul desfilando seus agudos técnicos, e novamente sem entrar no âmbito mulherístico. Será que tudo aquilo era só influencia do Gene? Pode ser até uma indireta, justamente para o ausente ex-Demônio, em "eu vou subir a montanha, decida-se, vamos em frente". Bruce mostrando serviço: Na falta de um, manda logo dois solos matadores!

"Any Way You Slice It" (Gene, Howard Rice)

Gene tentando pegar uma novinha, e pelo jeito virgem. Ele sabe que ela quer "cruzar a fronteira", e lá esta o nosso herói, pronto para o grande sacríficio de ajudá-la nessa penosa empreitada, usando seu "amuleto". Momento "batida na bateria eletrônica" logo depois de outro solo matador do Bruce, um dos melhores do disco! No final pára tudo e Gene puxa o tapete, terminando esse quase-metal com uma tremenda descida blues.

"Who Wants to Be Lonely" (Paul, Child, Jean Beauvoir)

Paul agora numa faixa mais lenta, faz sua declaraçãozinha de amor. A mina tá querendo deixar "o momento escapar", mas Paul não deixa barato. Olha bem nos olhos dela com aqueles olhões caídos e lasca o xaveco, "quem é que quer ficar sozinho, e quem é que quer te abraçar forte"? Mais um solinho do Bruce, mas este foi mais curtinho.

"Trial By Fire" (Gene, Bruce)

Gene numa batida lenta, mas não arrastada. De fato não se trata mais do Demônio. E parece que a carapuça serviu na primeira faixa, pois aqui ele responde à altura pro Paul: "só tenho uma vida pra viver" (quase testemunhando o nascimento do famoso bordão YOLO), "alguns dizem que vou longe demais, eu não me importo". A estranha amizade entre dois mitos, alimentada por uma feroz (mas saudável) competitividade.

"I'm Alive" (Paul, Bruce, Child)

Mas Paul não tá a fim de ficar batendo boca com o Gene. Não agora, com "tantas mulheres e tão pouco tempo". A batida alucinada do começo ao fim, entrecortada entre viradas de batera e licks lambidos, deixa bem claro: o cara tá na pegada, "uma gatinha te deixa legalzão, duas é melhor ainda", e essa é sua "regra de ouro". Ele andou doente um tempo atrás, mas já se recuperou e está melhor que nunca, largou as cobertas e as pílulas do médico. Sabe muito bem qual é seu melhor remédio, e nisso ele e Gene concordam completamente...

"Love's a Deadly Weapon" (Paul, Gene, Rod Swenson, Wes Beech)

Gene fazendo agora sua declaraçãozinha marota de amor, numa batida nem lenta nem arrastada, e mandando uns agudos que nem parecem dele. Fica "todo quente" quando vê a mina, e ela "diz que o detesta, mas depois ele a encontra na cama". Se o amor é uma arma mortal, ele tá afim é de acabar com a raça dela.

"Tears Are Falling" (Paul)

Uma levada mais lenta, parecendo final de filme da Sessão da Tarde. Paul com um estranho timbre rouco na voz, lembrando vagamente uma canção do antigo colega Peter Criss. Alguma coisa tá errada, quando ela olha para ele: "Alguém roubou seu coração, e começa a chover". Sobrou tristeza até pro solo matador...

"Secretly Cruel" (Gene)

Chega de tristeza, agora entra mais uma batida marotíssima do Gene contando de quando ele pegou uma mina, mas ela gostava de ficar enrolando e provocando até o último, só pra vê-lo desesperado. Mas logo com ele? Macaco velho, ele "não cai mais nessas: vem aqui gatinha, vem fazer rápido". Ela pode ser o fogo, mas ele é o combustível!

"Radar for Love" (Paul, Child)

Paul lança seu xaveco mais furado dos últimos discos. Nem as minas acreditam nessa historia que ele tem um "radar do amor", mas ele garante: quando a mina "está que não se aguenta", é só mandar um SOS, que ele pega na antena. Ele é o cara, se ele não fizer direitinho, mina, não tem quem faça...

"Uh! All Night" (Paul, Child, Beauvoir)

Paul fecha o disco com uma lenta e bem simpática. Pra todos aqueles que trabalham feito jumentos todo dia, a "prisão começa as quinze pras nove e acaba as cinco e quinze". Haja amor no coração pra continuar "puxando a corda nesse zoológico humano", e o pior, sem saber o porquê disso tudo. Mas não importa, chegando em casa você encontra aquela pessoa especial "embaixo das cobertas", e depois de trabalhar todo o dia, é só "Uh! a noite toda!"

Mais infos sobre o disco, aqui. E quem não encontrar nas boas casas do ramo terá que procurar as faixas pelo Youtube, pois não tem link direto para o álbum completo.


E é isso!


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