quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Kiss 11 - Dynasty (1979)

Oi, eu sou o Salinas! O "retorno" do Kiss depois dos quatro álbuns solo fez muito sucesso, mas não como os anteriores. Os fãs mais antigos (sim, porque a esta altura já existia uma "turma das antigas") torceram o nariz pra sonoridade mais pop e comercial. Começando no primeiro hit, I Was Made for Lovin' You, onde eles dão uma resposta à febre da disco music que estava no auge. Mas com isso a banda ganhou muito em popularidade fora do rock: até então muita gente não engolia essa banda, por demais agressiva e sexual.

Mesmo com os discos solo, a coisa já não ia bem com o Homem-Gato, que se afundava cada vez mais nas drogas e na desmotivação. Ele foi creditado neste disco mas foi substituído no estúdio por Anton Fig, aparecendo só em Dirty Livin' na bateria e vocal.

"I Was Made for Lovin' You" (Desmond Child, Paul, Vini Poncia)

O disco começa com uma estranha levada oitavada no baixo, bem diferente do que o fã tradicional do Kiss está acostumado. Um baixo repetitivo, quase hipnótico, ritmado, feito para fazer o corpo se mexer. Estaria o Kiss se rendendo à disco music? Não, não... apenas mandando um "beijinho no ombro" das invejosas que os achavam incapazes de sair de seu próprio estilo. E haja briga entre "jaquetas de couro" e "calças boca-de-sino" pela noite de Nova York. Tecladinhos do Vini Poncia (que também produziu o disco), de leve, no "tema B".

"2,000 Man" (Mick Jagger, Keith Richards)

Agora voltemos pro bom e velho rock & roll, nem tão rápido mas parrudo, com solo matador e tudo. Uma faixa inesperadamente filosófica (guardadas as proporções), não só por ser tocada pelo Kiss mas por ter sido composta pelos Rolling Stones! Nas últimas décadas do século XX e do 2º milênio, Mick/Ace olham para o futuro, onde se vêem "tendo encontros com os computadores" (visão profética!!), vivendo a eterna e perdida batalha com as gerações seguintes, que não os entendem. Retrofuturismo estilo Kiss!

"Sure Know Something" (Paul, Vini Poncia)

A primeira faixa que explica o estranhamento dos fãs mais antigos. Numa sonoridade bem mais pop, bem mais próxima de música de motel, Paul dá o recado: a mina "quebrou o coração dele", e ele ainda não conseguiu resolver isso na cabeça. Mas não é tão simples assim, ele sabe de alguma coisa aí... nesse mato tem coelho!

"Dirty Livin'" (Peter, Stan Penridge, Vini Poncia)

Aqui Peter colocou pra fora toda sua insatisfação com a banda. Sim, no fundo o errado era ele, largando a banda por causa de bebida e cheirada. Mas ele também estava cansado dessa "vida suja" de ficar rodando por aí, horas e horas de estrada, avião, loucuras de agenda, gravações, shows, e o pior, "pessoas ao meu redor me deixando sangrar"...e tudo isso só pra deixar "mãe, irmã, irmão preocupados, com o som alto na jukebox". Só lhe resta o público, onde "desconta toda a raiva" (com seu som, claro).

"Charisma" (Gene, Howard Marks)

Momento canastrônico do disco, digo, do Gene... já tava até fazendo falta, fala aí! Ele faz um jogo sonoro (em inglês) com o som de "what is my" e "charisma", e joga pra geral: mas e aí gata, afinal o quê que te deixa louca comigo? Meu nome? Minha fama? Meu dinheiro? Meu... ~corpo~?

"Magic Touch" (Paul)

Paul ataca novamente. Aquela mina tinha o "toque mágico", ela sim era sensacional. Pena que não queria nada sério. Paul não tá a fim de perder essa mina de jeito nenhum! Essa foi outra das faixas que não agradaram o pessoal mais hard rock, com essa pegada mais popzinha, mais "namoro no sofá".

"Hard Times" (Ace)

Mas aí chega o Ace pra salvar com a pegada forte do rock & roll. Ao contrário do Peter, cada vez mais pra baixo, Ace tá feliz da vida com o sucesso. "Os tempos difíceis estão mortos e enterrados / mas me tornaram forte / me fizeram ver / que é lá que eu não quero estar". E de fato, desde os últimos discos ele vem ganhando mais espaço: aqui ele assinou e cantou duas músicas próprias e mais um cover, ou seja, um terço do disco.

"X-Ray Eyes" (Gene)

Gene ataca novamente na sua batida pesadona, agora com seus novos "olhos de Raio X". Ele consegue ver através, não do corpo da mina (bom, em se tratando de Gene Simmons, isso também), mas através das mentiras dela. "Ain, não tô afim hoje". Sei... pode ir então: vai voltar "rastejando" depois. Só achei desnecessário aquele efeitinho sonoro do raio X no final...

"Save Your Love" (Ace)

Ace fecha o disco terminando com a mina como um verdadeiro roqueiro. Não ia dar certo essa competitividade entre eles, ele até achou que ela já tinha percebido isso. Só que ela tentar passar à frente dele, mudar sua cabeça, aí já é demais! Agora "guarde seu amor, não preciso dele". Deixe aí "na prateleira", quem sabe talvez, apenas talvez, apareça outro.

Mais infos sobre o disco, aqui. E quem não encontrar nas boas casas do ramo pode quebrar o galho no Youtube:



E é isso!


Nenhum comentário:

Postar um comentário