terça-feira, 30 de setembro de 2014

Bad Religion 2 - How Could Hell Be Any Worse? (1982)



Nota: 6

Olá novamente! Dando sequência aos comentários sobre a discografia de um dos maiores nomes do Punk Rock mundial, o Bad Religion, chegou a hora de resenhar o 1º full length (ou disco completo) lançado pelos californianos.

Financiado por um empréstimo de mil dólares feito pelo pai do guitarrista Brett Gurewitz, “How Could Hell be Any Worse?” foi lançado em 19 de janeiro de 1982, quase um ano depois da estreia da banda com o EP homônimo (resenhado AQUI), também pela gravadora Epitaph Records. E, nesse um ano de “corre”, o Bad Religion, mesmo sem ainda não conseguir atingir o status de “lenda”, pelo menos mostrou que já sabia os caminhos que queria traçar musicalmente.

Punk até a alma, a banda manteve o esquema DIY (do-it-yourself) de produção e, como era de se esperar de uma 2ª experiência em estúdio, não houve grandes evoluções em termos de timbres em “HCHBAW”, lembrando bastante o som que a banda tirou no EP de estreia. Mesmo assim, Greg Graffin (v) e Brett Gurewitz (g) mostraram alguma evolução na composição e a algumas músicas contidas nesse play podem ser consideradas o “protótipo” do estilo “Punk Melódico”, que consagrou a banda no decorrer de sua carreira, como a rápida “Pity”, por exemplo.

Mr. Brett (g), Pete Finestone (d), Greg Graffin (v) e Jay Bentley (b)
How Could Hell Be Any Worse?” foi gravado no Track Record Studios, em North Hollywood, Califórnia (EUA), entre outubro e novembro de 1980 e janeiro de 1981. Na primeira sessão, a banda ainda contava com o baterista Jay Ziskrout, que gravou o 1º EP, mas no segundo período de gravação, ele já havia sido substituído por Pete Finestone, batera que permaneceu no Bad Religion até 1991.

Ziskrout havia deixado 8 faixas gravadas, sendo que Pete acabou registrando apenas 6, das 14 que compõem o disco, que também contou com a participação do guitarrista Greg Hetson, fazendo um solo como convidado na música “Part III”. Na época, Hetson integrava o lendário Circle Jerks, mas, dizem as lendas, que após gravar sua participação no disco, ele nunca mais saiu do Bad Religion (até 2013)!
Energia ao vivo: Greg Graffin e Jay Bentley
Para surpresa da banda, o trabalho vendeu cerca de 10 mil cópias logo no primeiro ano e faixas como “We’re Only Gonna Die” e “Fuck Armageddon... This is Hell” se tornaram os primeiros “clássicos” da carreira dos californianos. “We’re Only Gonna Die”, inclusive, com sua letra sucinta de apenas 4 versos e um “tapão na cara”, foi coverizada mais tarde pelos nova-iorquinos do “Hardcore Pula-Pula” do Biohazard, no disco “Urban Discipline”, de 1992 (confira AQUI). Já a “Fuck Armageddon...” nunca mais saiu do set list dos shows do grupo, com seu riff cortante e sua paradinha mortal no meio!

A composição continuava dividida entre o vocalista Greg Graffin e o guitarrista Mr. Brett, mas o baixista Jay Bentley também contribuiu com 2 músicas bem marcantes: “Part III”, com seu riff de baixo e seus vários solos de guitarra espalhados pela música (um contra-ponto na cultura Punk), e o “discurso-musicalizado” “Voice of God is Government”. 

"Como podia ser pior?": a ilustração do "Inferno" de Dante na contracapa
Generalizando, “How Could Hell Be Any Worse?” é um disco que pode ser classificado como Punk/Hardcore, com aquele som rápido, ríspido, sujo, cru e sem firulas, letras contundentes, alarmantes, pessimistas e rebeldes (mas com muita causa), e uma capa vermelha de pingar sangue! Não é à toa que é praticamente o único disco da carreira do Bad Religion respeitado pelos punks mais “xiitas”, tido exageradamente como “clássico” por alguns deles, inclusive. Certamente não está entre os meus favoritos da banda, mas o pior ainda estava por vir...

Escute o disco no player abaixo:

3 comentários:

  1. Xiita ou não (rs), adorei o disco. Mais uma descoberta pra mim. As fotos tbm tão geniais. Adoro esse baixo Rickenbacker, haha. Vlw!

    ResponderExcluir
  2. Adoro esse baixo Rickenbacker, haha [2]

    ResponderExcluir