quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Kiss 12 - Unmasked (1980)

Oi, eu sou o Salinas! O Kiss continuava fazendo sucesso, legiões de fãs os acompanhavam em cada show e eles apareciam com frequência na TV. Só tinha um problema: os paparazzis, mesmo naquele longínquo 1980, não saíam do pé deles tentando capturar os verdadeiros rostos desses heróis. Quanto mais o galerê queria, mais eles ocultavam as caras. E dá-lhe segurança tomando câmera de repórter espertinho q conseguiu uma fotinho borrada... e é essa a história que eles contam nesta divertida capa em HQ. No final eles resolvem relutantemente tirar as máscaras, e para surpresa geral, por trás delas seus rostos "são" as próprias máscaras.

Aqui a pegada radiofônica continua, diminuindo a agressividade e a pegada rock & roll. Mas pedir pra eles esquecerem as mulheres já é demais! Neste disco, novamente, todas as faixas falam sobre relacionamentos, mulheres, garotas, sexo etc. Além disso, é um dos discos com mais contribuições externas. Vini Poncia co-assina 7 das 11 faixas. Porém é o último disco com alguma participação de Peter Criss. Ele já não toca em nenhuma música (Anton Fig manda em todas), mas ainda aparece nas capas do disco, divulgação e também em um clip, Shandi. Depois disso ele só voltou 15 anos depois, na reunião do Kiss. Na turnê deste disco é apresentado o novo baterista oficial, Eric Carr, que usa a persona The Fox (A Raposa).

"Is That You?" (Gerard McMahon)

Um gritinho alucinado logo na primeira nota: o som mais pop de Dynasty vai continuar! Uma batida mais lenta e grave, e Paul conta a história de uma garota que "foi longe demais". Olha só o machismo: tanto ele quanto Gene colecionam histórias de garotas e mais garotas há anos, e quando uma mina faz o mesmo ela "joga a reputação no banheiro, meio morta, tirando seu disfarce inseguro" (das máscaras deles ninguém fala nada, né). Essa música foi originalmente escrita pelo Gerard McMahon.

"Shandi" (Paul, Vini Poncia)

Sonzinho bem radiofônico, receita pra virar hit sonhador das menininhas. O namoro de Paul com a Shandi está nas últimas, mas ele não tem coragem de terminar porque no fundo ainda gosta dela. E pelo jeito ela nem percebeu, "quando você me toca não adianta nada". (Neste clip temos a última aparição de Peter Criss como membro da banda: conta ele que no fim do último dia de filmagens, ele foi o último a sair. Ao se ver sozinho naquele mundo do qual já estava de saída, não aguentou e chorou.) Quanto aos olhos que aparecem de relance pelo clip, nada me tira da cabeça que são do próprio Paul. Hoje isso parece até meio óbvio, mas na época rolava um debate violento...

"Talk to Me" (Ace)

Ace foi o único a incluir faixas neste disco escritas por uma só pessoa (inclusive o baixo, que ele mesmo tocou nas músicas dele). E ainda assim não tem muito rock & roll nesta faixa, que também está mais radiofônica e maneirinha. A menina "mexe com a cabeça dele, o faz tremer e ter estranhas sensações". Mas ele tem dificuldades de iniciativa: só queria que ela "falasse com ele"...

"Naked City" (Gene, Poncia, Bob Kulick, Pepe Castro)

Gene aparece com seu baixo e seu som gravão. Pegada urbana, sensual, na "cidade nua" à noite, prédios iluminados, letreiros, decotes, músculos, cabelos. Gene sérião, hoje está mais introspectivo e observa a miséria dessa vida de loucuras, sensações e perigos na noite de Nova York.

"What Makes the World Go 'Round" (Paul, Poncia)

Paul não está a fim de elucubrações sobre a noite. Tá mais corajoso agora, nesta declaraçãozinha de amor estilo Paul Stanley. Ele vinha "feito um bobo sonhando pela vida", e ela veio "arrastando o coração em busca dos achados e perdidos". Mas quando ele a viu, se apaixonou, etc, e descobriu o que, para ele, "o que faz o mundo girar".

"Tomorrow" (Paul, Poncia)

Curiosidade: o baixo desta música é tocado por Paul. Levada mais animada e corajosa. Paul já tá pirando em outra mina de novo, mas ainda não se declarou. Ainda. É que ele ficou sem jeito na hora, não conseguiu falar o que devia, mas não importa. "Amanhã vamos nos apaixonar"...

"Two Sides of the Coin" (Ace)

Ace dá novamente sua tonalidade de rock & roll, mas sem o ímpeto dos primeiros discos. Está dividido: entre as várias garotas que conheceu, já não tem a mesma graça ficar saindo com elas só por uma noite. "Por outro lado", qual delas escolher como companheira? É o típico ~problema bom de resolver~....

"She's So European" (Gene, Poncia)

Gene se apaixonou por uma mina do outro lado do oceano. No começo achou estranho, "não olharia nem se você pagasse", mas depois viu algo de diferente... ela era tão refinada, "tão europeia", que depois, ~gritando~ daquele jeito, já nem parecia a mesma pessoa...

"Easy As It Seems" (Paul, Poncia)

Entrada bacanosa na percussão e baixo, novamente tocado por Paul. Em algumas prensagens do vinil, foi colocada como a primeira faixa. Paul está sendo corneado, e ~machoalfamente~ quer "saber a razão", como se já não soubesse.

"Torpedo Girl" (Ace, Poncia)

Entrada cheia de swing na bateria e baixo. Ace foi inocentemente nadar, quando ouve o aviso de um submarino se aproximando. E no convés, claro, nada menos que uma linda garota. Venha, "garota-torpedo, vamos dar um mergulho", você vai ficar com o ~pé~ molhadinho...

"You're All That I Want" (Gene, Poncia)

E pra fechar, uma declaraçãozinha de amor estilo Gene Simmons. Tecladinhos de leve da Holly Knight acompanhando. Ele tá até bem comportadinho, a gaja é a "única mulher que ele já amou", etc... no máximo ela vai "sentir o amor dele dentro dela, algo que ele não pode esconder". Em vista do que Gene já aprontou lá pra trás, isso é até elegante... Refrão em fade repetindo o título e fim.

Mais infos sobre o disco, aqui. E quem não encontrar nas boas casas do ramo pode quebrar o galho no Youtube:



E é isso!


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