quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Kiss 10 - Peter Criss Solo (1978)

Oi, eu sou o Salinas! Em 1978 os ânimos já estavam exaltados dentro do Kiss: Paul e Gene eram os chefões indiscutíveis, assumiam a banda como um negócio, assinavam a maioria das faixas e sempre apareciam mais nos shows, programas de TV, mídia, etc. Ace e Peter, por mais importantes que fossem como guitarrista solo e baterista, não tinham a mesma pegada "comercial" e acabavam ficando sempre em segundo plano, inclusive nos discos, onde tinham pouco espaço para incluir suas canções.

Foi então que Gene Simmons teve a grande ideia de lançar nada menos que QUATRO discos solo, um para cada membro da banda. Nestes discos cada um poderia gravar o quê, como e com quem quisesse. Os quatro discos foram lançados no mesmo dia (18 de setembro), e os fãs se viraram para comprar todos, pois fã nenhum do Kiss se contentaria só com um dos solos. Resultado: Ace e Peter deram vazão à sua criatividade musical (e ainda bem para nós, pois "Ace" é o melhor dos quatro!) e a banda ganhou muito dinheiro!

O disco solo de Peter Criss é inesperadamente bom para alguém que sempre foi visto como o "coitadinho" do grupo. O mais emotivo dos quatro, subalterno apenas cumprindo ordens da chefia, queria ser lugar como compositor e nunca deixavam. Quando saiu seu disco, Paul e Gene fizeram questão de deixar claro que o acharam um lixo, mas a verdade é que o "Peter" não deve nada aos demais solos. Boa parte das canções, do próprio Peter, veio das antigas bandas dele, Lips e Chelsea. Mesmo assim, o disco acaba passando uma sensação de "hmm, tá bom vai, é até um disquinho bom". Mas não tem a paudurescência do Ace, nem a canastrice do Gene nem a paixão do Paul, ah, sei lá...

Talvez por causa justamente dessa publicidade negativa, o disco teve a menor repercussão entre os 4 solos. Mesmo assim, foi o único a ter 2 hits ("You Matter to Me" e "Don't You Let Me Down"), enquanto os demais tiveram apenas um.

"I'm Gonna Love You" (Peter, Stan Penridge)

A batida surpreende a todos logo no começo, bem menos rock & roll e muito mais R & B. Um baixo malandrão e batida no piano dão o tom. Em seguida entra a voz rouca do Homem-Gato, só faltando pedir pelamordedeus pra mina não o largar. E ele consegue a proeza de deixar cair o andamento na faixa de abertura do próprio disco dele! Não, Peter... não é assim...

"You Matter To Me" (Michael Morgan, Vini Poncia, John Vastano)

Um dos hits do disco, e a minha faixa favorita! Fraseado simpático no teclado abrindo a faixa, pra uma levada mansa e amorosa. Backing vocals masculinos no refrão. Peter usa metáforas pra explicar o quanto a mina "é importante pra ele".

"Tossin' And Turnin'" (Ritchie Adams, Malou Rene)

Cover da canção gravada por Bobby Lewis, Marvelettes, e mais tarde por Joan Jett (John Legend também tem uma outra canção com esse nome). Diferente das faixas mais maneirinhas anteriores, os acordes mais graves passam o "noturno" da situação. Solo de sax, back vocals femininos. Woodblocks na bateria simulando um tic-tac de relógio. Peter teve uma noite longa. Não consegue dormir, levanta, acende luzes, vai à cozinha, volta... mas não adianta, fica só pensando na mina e "se revirando" nas cobertas.

"Don't You Let Me Down" (Peter, Stan Penridge)

O outro hit do disco. Batida lenta, romântica, rostinho colado. Outra declaraçãozinha de amor estilo Peter Criss.

"That's The Kind Of Sugar Papa Likes" (Peter, Stan Penridge)

Agora uma mais animadinha. Peter mostra seu lado canastrão. Já tinha dado um pé na menina no passado, mas agora tá afim de novo. "Você é o tipo que açúcar que o papai aqui gosta"...

"Easy Thing" (Peter, Stan Penridge)

Agora uma ~rock ballad~. Peter, o cantor romântico, lembra que o amor é tão difícil de encontrar e tão fácil de perder. Você sentirá que o amor é real, apenas quando o perder. Guitarras lentas, base de strings lá no fundão e backing vocals dão a atmosfera.

"Rock Me, Baby" (Sean Delaney)

Outra animadinha depois da balada, a batida Crissística R & B com piano e metais acompanhando. Peter já sacou a da mina, se escondendo nessas de "não precisar do amor de ninguém", e tá a fim de ~balançar~ com ela.

"Kiss The Girl Goodbye" (Peter, Stan Penridge)

Outra rock ballad lentinha, mas agora só no violãozinho, com umas percussões e back vocals acompanhando. Peter não pode ficar, tem que ir embora mas vai voltar! Dá um "beijo de até logo" na garota, e tenta não deixá-la triste, querendo encontrá-la novamente quando voltar.

"Hooked On Rock N' Roll" (Stan Penridge, Peter, Vini Poncia)

A minha outra faixa favorita! Peter agora não está preocupado com garotas que vêm e vão. Declara seu amor, sim, mas ao rock & roll, aos blues, enfim à música. O melhor da levada Crissística está aqui, enquanto Peter conta sua história desde criancinha, quando foi "vacinado com uma agulhinha e está viciado em Rock & Roll"!

"I Can't Stop The Rain" (Sean Delaney)

E pra fechar o disco, uma última baladinha, outro clássico do Peter Criss. Vê a chuva cair e pensa na mina, "o único amor que teve", que deixou escapar...

Mais infos sobre o disco, aqui. E quem não encontrar nas boas casas do ramo desta vez vai ficar chupando o dedo, pois não tem no Youtube!

E é isso!


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