quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Kiss 9 - Ace Frehley Solo (1978)

Oi, eu sou o Salinas! Em 1978 os ânimos já estavam exaltados dentro do Kiss: Paul e Gene eram os chefões indiscutíveis, assumiam a banda como um negócio, assinavam a maioria das faixas e sempre apareciam mais nos shows, programas de TV, mídia, etc. Ace e Peter, por mais importantes que fossem como guitarrista solo e baterista, não tinham a mesma pegada "comercial" e acabavam ficando sempre em segundo plano, inclusive nos discos, onde tinham pouco espaço para incluir suas canções.

Foi então que Gene Simmons teve a grande ideia de lançar nada menos que QUATRO discos solo, um para cada membro da banda. Nestes discos cada um poderia gravar o quê, como e com quem quisesse. Os quatro discos foram lançados no mesmo dia (18 de setembro), e os fãs se viraram para comprar todos, pois fã nenhum do Kiss se contentaria só com um dos solos. Resultado: Ace e Peter deram vazão à sua criatividade musical (e ainda bem para nós, pois "Ace" é o melhor dos quatro!) e a banda ganhou muito dinheiro!

Na minha humilde opinião, este é o melhor dos 4 discos solo! Aqui não tem mela-cueca nem canastrice, é só cacetada do começo ao fim! Ace Frehley, o guitarrista bêbado, provou neste disco que, musicalmente, poderia carregar a banda nas costas, se os chefes deixassem. Para a bateria ele chamou Anton Fig, que logo substituiria Peter no Kiss, e mais tarde foi para a Frehley's Comet quando Ace saiu. E no baixo, Will Lee, que também conseguiu alguma fama em outras bandas. O som é o mesmo hard rock do qual o próprio Kiss faz parte, porém com muito mais energia, e sem canalizá-la tanto para o lado sexual. Claro, existem as mulheres, mas Ace (que ganhou esse apelido no colégio por ser ~especialista~ em roubar as peguetes dos colegas) coloca o foco no som, o principal atrativo do disco. "New York Groove" foi um grande hit na época, comparável à "Beth" de Peter Criss. Apenas "I Was Made for Lovin' You" repetiu o sucesso 1 ano depois, em Unmasked.

"Rip It Out" (Ace, Larry Kelly, Sue Kelly)

A primeira faixa já entra com o pé no peito e força total! A distorção nas notas longas, logo no começo, joga a levada Kissística pra debaixo do tapete. Solo matador, com um "bridge" antes na bateria. Ace esculhamba geral com a mina: está cansado dela enganá-lo e não quer mais saber (embora sofra por isso), "I think it's better if we just part and don't say goodbye... I hope you suffer!".

"Speedin' Back To My Baby" (Ace, Jeanette Frehley)

Batida bem marcada no bumbo da bateria, levada estradeira na guitarra. Ruidagem de carros, outro solo matador. Ace saiu por aí com o "rádio no último", pra tentar esquecer a última briga com a namorada. E começa a pensar, eles sempre brigam "quando tudo parece estar bem". Será que deveria parar? Ou dar meia-volta? E no fim resolve "voltar a toda". Essa Jeanette Frehley era mulher dele na época, mas depois eles se divorciaram. (Provavelmente com treta, pois a ex não é sequer citada na Wikipédia...)

"Snow Blind" (Ace)

Levada mais lenta. Como de hábito no rock, várias bandas já gravaram músicas com esse nome, todas relacionadas à cocaína. E com o Ace, logo ele, o bêbado do grupo, não seria diferente: "estou cego na ~neve~, acho que estou perdido no espaço". A dinâmica aumenta no solo, seguido por viradas de bateria.

"Ozone" (Ace)

Ace, o aéreo, andou lendo sobre a camada de ozônio e achou tudo a ver. Outra faixa lenta, falando sobre o ~ozônio~, que ele adora, e que o deixa "alto, voando, e se sentindo bem".

"What's On Your Mind?" (Ace)

Depois de duas faixas viajandonas sobre drogas, a batida volta a subir. Ace, novamente sóbrio, já está com problemas novamente com sua garota. A coisa não tá legal, a sintonia entre eles já não é a mesma. Ace não sabe "o que se passa na cabeça dela", e isso tá acabando com ele.

"New York Groove" (Russ Ballard)

Batida malandra, bumbo marcando as passadas dançantes. O grande hit do disco, até hoje lembrada por lá. Ace ficou muitos anos longe, mas agora, com um "punhado de dólares", voltou ao "balanço de Nova York"! Hoje em dia não parece ter nada tão especial na esquina da "3 com a 53" além de algumas lojas e lanchonetes, mas na época devia ter algum rolê daora...

"I'm In Need Of Love" (Ace)

Batida lenta novamente, com efeitos de reverb e slide na guitarra. Ace está apaixonado e "precisando de amor"... ou estará novamente se referindo aos seus (outros) vícios? Outro solo matador com a dinâmica aumentando em relação ao resto da música.

"Wiped-Out" (Ace, Anton Fig)

Entrada caótica, com bumbo e uma estranha gargalhada. Ace conta a história de quando ele estava numa festa, de boas bebendo, quando apareceram "dois grandes olhos azuis que brilhavam", mas ele estava bêbado demais e não conseguiu ficar em pé pra falar com ela... mas mesmo assim ela topou ir "voar pra outro lugar, a muitas milhas dali, no ~espaço~", se é que me entende...

"Fractured Mirror" (Ace)

E pra fechar o disco, um instrumental. Um sino bem "domingo de manhã após a bebedeira" dá a entrada. O violão fica repetindo um riff enquanto os demais instrumentos vão aparecendo: caixa, uma guitarra distorcida, o baixo, e até um teclado mais pra frente. E no final eles vão indo embora, um a um, até que no fim fica só o mesmo riff do começo, em fade-out...

Mais infos sobre o disco, aqui. E quem não encontrar nas boas casas do ramo pode quebrar o galho no Youtube:



E é isso!


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