quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Kiss 7 - Paul Stanley Solo (1978)

Oi, eu sou o Salinas! Em 1978 os ânimos já estavam exaltados dentro do Kiss: Paul e Gene eram os chefões indiscutíveis, assumiam a banda como um negócio, assinavam a maioria das faixas e sempre apareciam mais nos shows, programas de TV, mídia, etc. Ace e Peter, por mais importantes que fossem como guitarrista solo e baterista, não tinham a mesma pegada "comercial" e acabavam ficando sempre em segundo plano, inclusive nos discos, onde tinham pouco espaço para incluir suas canções.

Foi então que Gene Simmons teve a grande ideia de lançar nada menos que QUATRO discos solo, um para cada membro da banda. Nestes discos cada um poderia gravar o quê, como e com quem quisesse. Os quatro discos foram lançados no mesmo dia (18 de setembro), e os fãs se viraram para comprar todos, pois fã nenhum do Kiss se contentaria só com um dos solos. Resultado: Ace e Peter deram vazão à sua criatividade musical (e ainda bem para nós, pois "Ace" é o melhor dos quatro!) e a banda ganhou muito dinheiro!

Paul Stanley, no seu disco solo, seguiu aquilo que já conhecemos nos discos anteriores: enquanto Gene partia sempre para o sexo em suas letras, Paul fazia o contraponto mais romântico. E neste disco não foi diferente: muito xaveco, muita melação e muito amor pra dar. Em algumas faixas ele tá de bem com a menina, noutras tá de mal, mas em todas o tema gira em torno dos relacionamentos. No som, fora um piano aqui, um back vocal ali, não há grandes novidades. Entre os 4 discos solo, é o mais parecido com o próprio Kiss. "Hold Me, Touch Me" foi o único hit do disco.

"Tonight You Belong To Me" (Paul)

Introdução lenta e suave, só no violão e voz. Na segunda estrofe começa uma levada bem Kissística. Claro que o vocal do Paul é o mesmo! Eles se conheceram há muito tempo, e depois de idas e vindas, agora mais velhos, se reencontram novamente. Paul sabe que novamente será tudo passageiro, mas não importa: "esta noite você pertence a mim". Solinho apaixonado estilo fodalhonice-machosa-80s.

"Move On" (Paul, Mikel Japp)

Agora uma cacetada pra levantar os ânimos! Faixa bem mais rock & roll, com solo matador do Bob Kulick (sim, é o irmão do Bruce, que viria a entrar pra banda no futuro). O que importa é não ficar parado: já desde bebezinho a mãe lhe dava o conselho, "vá em frente". E Paul, obediente, segue o conselho direitinho, sem se importar com o amanhã.

"Ain't Quite Right" (Paul, Mikel Japp)

Agora outra faixa mais lenta. Bateria lenta, pontuada por notas da guitarra, e o baixo acompanhando. Paul está apaixonado pela garota, mas tem algo errado... "Pela manhã tudo parece ok / mas à noite eu sonho em te deixar novamente" Ele prefere ir passando os dias e curtindo os bons momentos com ela, mas  jamais revelará seu segredo.

"Wouldn't You Like to Know Me?" (Paul)

Levada bem rock & roll e radiofônica. A mina largou o Paul por causa de outro cara, e agora tá de mimimi. Tá achando que é assim fácil? "Tentei chamar quando você não estava em casa / Ninguém gosta de passar a noite sozinho".

"Take Me Away (Together As One)" (Paul, Mikel Japp)

Entrada meio sombria no violão, e o tom sombrio se mantém durante toda a música, com levada arrastada. Paul parece arrependido de algo que fez, mas com certeza foi algo grave, pois ele perdeu a garota. Agora ele "não pode mudar ou rearranjar o que fez", mas não importa. "À deriva", ele irá "continuar seu caminho".

"It's Alright" (Paul)

Outra faixa animada (ele parece seguir a regra de alternar uma música "pra baixo" e uma "pra cima"), e com bastante cara de música feita pra virar hit do rádio. Paul parece não se importar com mais nada mesmo... "Pode vir", garota, "se você quer um pouquinho de amor, não tem nada que eu não possa tentar". Mas não esqueça, "vou te deixar pela manhã... isto é apenas uma noite".

"Hold Me, Touch Me (Think of Me When We're Apart)" (Paul)

O grande hit do disco. Levada elegante no piano, Paul cantando limpo, o grande cantor romântico do ano. Outro solo apaixonado. Ele fala no ouvidinho dela dormindo: "encoste em mim, toque em mim, e pense em mim quando estivermos longe... até que chegue o amanhã, vamos sonhar com o ontem".

"Love In Chains" (Paul)

Outra cacetada antes da saideira... levada mais lenta, mas com muita presença: a minha faixa favorita do disco! A menina não dá chance pra ninguém, muito menos pro Paul... ela está "acorrentando o amor". Enquanto "se sente como uma rainha, seus sentimentos apunhalam seu coração e ninguém vê".

"Goodbye" (Paul)

E pra fechar, outro hit do rádio. O baixo faz um balanço interessante no começo, e nos refrões. Paul mistura a vida real, os shows e o próprio disco quando se despede: "eu sei quando estou terminando meu trabalho, e agora vou ficar com você", seja nos camarins após o show, seja na cabeça de quem ouviu o disco. Ainda mais com a faixa acabando em fade...


Mais infos sobre o disco, aqui. E quem não encontrar nas boas casas do ramo vai ficar chupando o dedo, pois não tem no Youtube!

E é isso!


Um comentário:

  1. Q pena ñ ter a facilidade de escrever como vcs......
    O quanto isso valoriza as músicas. Grato pelas resenhas.

    ResponderExcluir