domingo, 23 de agosto de 2020

Bad Religion 14 - The Process of Belief (2002)

Nota: 9

“Com o embrião original ‘Gurewitz, Graffin e Bentley’ novamente reunido, o Bad Religion elevou o nível de contestação de seu som em volume e densidade. ‘The Process of Belief’ iguala e supera qualquer coisa que eles já fizeram até o momento, emocionalmente e tecnicamente, com muito tato. Cada uma das 14 faixas segue seu próprio caminho, personificando idéias de descontentamento e desmotivação, questionando a autoridade e a humanidade, tudo com muita propriedade e uma virtude refinada, indo muito além das ideias pré-concebidas da música Punk.” (Vinnie Apicella, no site da Epitaph Records)

Taí um resumo perfeito de “The Process of Belief”, o 12º disco de estúdio do Bad Religion, lançado em 2002, pela gravadora original da banda, a Epitaph Records. A história desse disco começou um ano antes, em 2001: após um hiato de sete anos, o guitarrista, fundador, compositor e dono da própria Epitaph Records, Brett Gurewitz, acertou sua volta para a banda e a retomada da parceria com o vocalista Greg Graffin na composição. Essa volta já havia sido ensaiada no disco anterior, “The New America”, de 2000, quando os dois compuseram juntos a faixa “Believe It”.

Brett Gurewitz
“Tenho passado mais tempo com meu velho amigo Mr. Brett, já que ele apareceu em alguns shows da tour do New America. Ele me disse que estava impressionado com a produção e a qualidade do som, e eu aproveitei para falar o que eu realmente estava pensando: que adoraria que ele voltasse para a banda”, revelou Greg. “Era o momento perfeito, já que estávamos no fim do contrato com a Sony/Atlantic e ele estava numa fase mais tranquila na Epitaph.” De acordo com o vocalista, o papo foi mais ou menos assim:

Greg: “Brett, você gostaria de escrever e gravar o próximo disco do Bad Religion e voltar pra banda que você sempre pertenceu?”

Brett: “Sim, e você e o Bad Religion gostariam de voltar para a Epitaph, de onde vocês nunca deveriam ter saído?”

Pronto! O “Bad Religion Clássico” estava de volta!

COMPOSIÇÃO

Antes mesmo de assinarem contratos e anunciarem oficialmente a retomada da parceria, Greg e Brett se trancaram em seus estúdios caseiros e começaram a compor, trocando arquivos de Pro-Tools e discutindo as idéias das músicas. Quando eles se encontraram pessoalmente foi apenas uma questão de decidir quais músicas usariam no disco e começar a trabalhar juntos nelas. Ficou muito claro que os dois tinham em mente fazer um disco clássico do Bad Religion, com músicas rápidas, melódicas, contestadoras e inteligentes!

Greg Graffin e Mr. Brett ao vivo
“Nós queríamos melhorar aquelas músicas o máximo possível, pois queríamos que o disco tivesse a nossa marca clássica e, tendo isso como objetivo, sabíamos que não íamos falhar”, disse Greg. “As músicas surgiram rapidamente, mas, quando algumas empacavam, ressaltávamos nossas melhores qualidades como compositores, com Brett dizendo que confiava muito em mim para cantar suas músicas e eu falando como as qualidades dele na produção, nos arranjos e na guitarra melhoravam as minhas músicas.”

Foi muita rasgação de seda mesmo! (rs)

NOVO BATERA

Mais ou menos na mesma época, em junho de 2001, o Bad Religion foi atrás de um novo baterista para substituir Bobby Schayer, que, após 10 anos na banda, havia lesionado seu ombro de maneira permanente, ficando impossibilitado de tocar profissionalmente.

A banda fez audições com cinco bateras. Entre eles, um jovem magrelo de 24 anos, mas com um currículo pesadíssimo, que incluía passagens por bandas como Suicidal Tendencies, Infectious Grooves e The Vandals, chamou a atenção!

O nome dele: Brooks Wackerman.

Segundo relatos, após tocarem apenas duas músicas juntos, a banda afirmou que ele era “o melhor batera que eles já ouviram tocar!” Brooks, por sua vez, aceitou prontamente o convite, sem hesitar!

GRAVAÇÃO

Contracapa
Imediatamente após recrutar Brooks, o Bad Religion foi para o Sound City Studios, em Los Angeles, para a gravação do novo álbum. Eventualmente, algumas partes acabaram registradas no famoso Westbeach Recorders, estúdio de propriedade de Brett onde a banda gravou quase todos os seus álbuns clássicos, e que não era utilizado por eles desde 1993, quando gravaram o fabuloso “Recipe For Hate”. A produção ficou por conta da própria dupla mastermind, com Brett mixando a maioria das músicas e algumas outras sendo feitas pelo tarimbado Jerry Finn (Rancid, Green Day, Pennywise, Blink 182).

Como o Pro-Tools estava em voga na época (e foi usado de cabo-a-rabo no disco), o som do novo Bad Religion reunido acabou ficando bem “digital” e moderno, até polido demais, o que tirou um pouco o punch das músicas (que ainda assim se sobressaíram pela qualidade das composições).

Os backing vocals, principalmente, uma das características mais marcantes do Bad Religion, deixaram de soar naturais pelas evidentes correções de afinação e dobras feitas pelo programa de computador. Curiosamente (e infelizmente), essa nova timbragem mais moderna e digitalmente maquiada atingida em “TPOB” acabou sendo a referência para todos os discos da banda que vieram depois dele.

TÍTULO E CAPA

O nome “The Process of Belief” (“o processo da crença”) veio da letra da música “Materialist”, de Greg Graffin, onde o vocalista versou sobre ser um materialista, no sentido de existir em um corpo composto por matéria física, que existe de verdade. “O nome também reflete o momento que vivíamos na época, onde confiávamos plenamente uns nos outros como uma banda para fazer o melhor disco que pudéssemos”, explicou o cantor.

Detalhe do encarte do CD (clique para ampliar)
A capa preta e branca, feita pela artista Mackie Osborne, reunia os principais elementos que representam o Bad Religion: uma ilustração representando a Religião no lado preto, e outra representando a Ciência (um desenho de um mecanismo de transmissão de energia elétrica, feito pelo famoso inventor Nikola Tesla em 1900) no lado branco. Já o famoso logo da banda foi trocado por um novo com uma tipologia mais suave, somente em letras minúsculas, trazendo um ar mais moderno.

Detalhe do encarte (clique para amplar)

LANÇAMENTO E RECEPÇÃO

A intenção inicial da banda era lançar o disco em outubro de 2001, mas a data acabou sendo postergada para 5 de fevereiro de 2002. Para não perder mais tempo, eles resolveram antecipar tudo e o lançamento acabou sendo dia 22 de janeiro de 2002.

Logo de cara, empurrado pela ansiedade dos fãs em frenesi pela volta de Mr. Brett, “TPOB” estreou em 49º lugar na parada Billboard 200, e em 1º lugar na Top Independent Albums, as maiores marcas da banda até então. O primeiro single, a hoje clássica “Sorrow”, que já tocava nas rádios americanas desde dezembro de 2001, acabou também entrando nas charts, o que não acontecia desde “A Walk”, em 1996.

Assista ao vídeo do Press-Kit de "TPOB": 


A crítica também recebeu o disco de braços abertos, pipocando reviews positivos em praticamente todas as mídias. “É como se fossem faixas perdidas do Suffer, do No Control e do Against The Grain, cravou o jornalista Jack Rabid no All Music. Já Mr. Brett chamou sua obra de “o disco supremo do Bad Religion”. O território perdido pelo fracasso comercial de seus dois discos anteriores, os irregulares “No Substance” e “The New America”, começava a ser tomado novamente, como indicavam as vendas: “TPOB” já vendeu 220 mil cópias até hoje!

Nessa época, Mr. Brett tinha “Epiphany” como sua música favorita composta por Greg Graffin no álbum. Já para o vocalista “The Defense” era a melhor faixa de Brett. E já que falamos das faixas, vamos para o Tracklist!

BR 2002: Brian, Jay, Greg, Brooks, Brett e Hetson
TRACKLIST

Se você quer ouvir um disco clássico do Bad Religion, com certeza sua mente imagina um álbum começando com pelo menos umas três músicas rápidas, fortes e cortantes! É o que “TPOB” entrega: a trinca inicial é a talvez a mais bombástica da carreira da banda, com “Supersonic”, “Prove It” e “Can’t Stop” não deixando pedra sobre pedra, em pouco mais de 4 minutos e meio de música! Não é a toa que a banda ainda toca as três músicas ao vivo até hoje, na mesma sequência do disco!

Supersonic”, composta por Brett, abre o play com um riff frenético de guitarra cheio de Fuzz e descamba para um Hardcore rápido e melódico, como só o BR sabe fazer! A letra provoca o modo de vida ansioso e urgente do mundo, onde tudo está funcionando numa velocidade supersônica. A faixa acabou sendo o quarto e último single lançado para promover o disco, no fim de 2002.

Já “Prove It” é uma composição bem característica de Greg Graffin, sendo um Punk Rock de riffs rápidos, frases cheias de palavras cantadas à velocidade da luz e uma letra contestando o fanatismo religioso.

E a trinca de abertura se completa com a velocíssima “Can’t Stop”, um Hardcore insano composto por Brett numa pegada bem oitentista, trazendo outra letra criticando o modo frenético de viver da sociedade moderna. A música também funciona como um cartão de visitas de Brooks Wackerman, mostrando que agora a banda tinha um baterista vigoroso e que gostava de tocar Hardcore rápido. Muito rápido!

Capa do single de "Broken"
Mostrando que o Bad Religion tinha aprendido a lição de sempre colocar uma música mais Pop em seus discos (o que acontece desde 1990, com “Digital Boy”) para poder figurar no mainstream do Rock, mas sem comprometer sua integridade com seus fãs underground, o play segue com a suavezinha “Broken”, uma semi-balada de Rock Alternativo, com refrão pegajoso e repetitivo e um solo de guitarra de Brian Baker entupido de Chorus (ou Tremolo?).

Apesar da sonoridade “feliz”, a letra escrita por Mr. Brett fala sobre quando o guitarrista foi condenado a seis meses de prisão por posse de drogas, mas conseguiu trocar a pena por um ano na reabilitação. “Quando voltei, uma pessoa amada disse que eu estava ‘acabado’, mas eu acho que justamente esse tipo de falha na vida nos faz mais humanos. A letra fala sobre isso”, justificou.

“Broken” foi o segundo single do álbum, e, além de ser bastante tocada ao vivo na tour do disco, ganhou um vídeoclipe simples e honesto, bem eficiente, gravado no mesmo dia e local do clipe de “Sorrow”, pela equipe da Mindfield and Co.

Assista ao vídeo de “Broken”:

Começando com um clássico “Ya-Hey!”, na faixa 5 temos a empolgada (e empolgante) “Destined For Nothing”, outro Punk Rock simples e direto cheio de coros vocais, composta por Graffin, com letra criticando as intuições sugestionadas pelas religiões. A já citada “Materialist” vem na sequência, com riffs cromáticos urgentes e uma linha de voz cheia de fôlego, com mil palavras cantadas por segundo por Greg, quase sem intervalo pra respirar entre os versos e o refrão!

A próxima é “Kyoto Now!”, uma crítica direta de Greg Graffin ao governo norte-americano por não assinar o Protocolo de Kyoto sobre a emissão de gases no planeta. Muito executada ao vivo, a faixa abre com um riff de música tradicional japonesa e descamba para outro Hardcore rápido e certeiro, com melodias lindas e uma construção harmônica bem elaborada, típica do vocalista.

CD Single de "Sorrow"
E aí o play chega no seu clássico supremo: “Sorrow”! Primeira música composta por Brett para o disco, essa pérola da carreira do Bad Religion conta uma letra inspiradíssima sobre a história bíblica de Jó, “o único homem bom de verdade na Terra, mas que foi abandonado por Deus numa aposta com o diabo”, de acordo com o guitarrista. Seu épico e (literalmente) explosivo refrão, “...and there will be Sorrow!”, está fadado a ser cantarolado eternamente a plenos pulmões por todos os fãs da banda em cada show que ela fizer até o seu fim!

E mesmo com toda essa aura de clássico, a construção de “Sorrow” é ridiculamente simples, tendo apenas quatro acordes (Dó, Ré, Mi menor e Sol), como em qualquer bom Punk Rock! Prova cabal que Brett estava incrivelmente inspirado quando a compôs, apesar de que uma de suas especialidades sempre foi fazer uns punk rock maravilhosos com poucas notas!

Como já foi mencionado, “Sorrow” foi o primeiro single do álbum e seu videoclipe é bem similar ao de “Broken” por ter sido gravado na mesma sessão e pela mesma equipe.

Assista ao clipe de “Sorrow”:

Equilibrando novamente o disco com uma necessária desacelerada, a balada hard rocker “Epiphany”, de Greg Graffin, surge em seguida com seu riff de baixo marcante (composto por Greg, mas melhorado pelo baixista Jay Bentley) e seu refrão forte e perfeito pra cantar junto nos shows! Brian Baker deve ter lembrado de seus tempos de “Hard Rock” no Junkyard ao executar o interessante riff de guitarra após o refrão!

Epiphany” é, de fato, diferente de tudo que o BR já tinha feito até então, e serviu como uma ótima oportunidade para os membros mostrarem que estavam em seu ápice como instrumentistas, além de dispostos a explorar outras possibilidades de se expressar, mas ainda dentro da esfera do Punk Rock. Pura evolução musical!

CD Single de "The Defense"
Dois sons de Brett vêm na sequência: a alegrinha e diluída, porém dotada de um riff bem sacado, “Evangeline” e depois a cadenciada “The Defense”, terceiro single do play, bastante executada ao vivo, porém sem trazer nada que justificasse tanta insistência da banda em apostar no som, já que é apenas uma composição mediana e que, num dado momento, fica até repetitiva. Com sua introdução de cítara, ela acabou até figurando na coletânea “Punk-O-Rama 7”, da própria Epitaph Records, mas com uma mixagem diferente do disco.

A próxima, “The Lie”, apesar da “letra-lição-de-moral” de Graffin, não passa de ser um filler, sendo a mais fraca do disco, mesmo entre as músicas que ficaram de fora do tracklist oficial. Ela é seguida por “You Don’t Belong”, de Mr. Brett, certamente inspirada na “The Kids Aren’t Alright”, do Offspring, já que a letra segue exatamente a mesma fórmula de citar personagens reais do passado da banda, com a diferença que, aqui, no caso do BR, a letra é otimista. No entanto, a música não tem o brilho, nem o gancho da música de Dexter Holland e Cia.

Fechando o tracklist oficial de “The Process of Belief”, vem a inspirada e subestimada (pela própria banda) “Bored and Extremely Dangerous”. Em sua letra, Graffin tentou entrar, de maneira dramática e poética, na mente de um dos atiradores do Massacre de Columbine: um estudante entediado, que sofria bullying e resolveu descontar sua raiva do mundo metralhando seus colegas de escola:


"Com nada de bom pra fazer, ninguém pra vir em casa,
concluo que posso descontar em vocês!
Eu tô extremamente de saco cheio desse mundo de sonhos idiotas!
Desilução! Eu não sou quem pareço ser!
E é claro que eu posso machucar, E fazer valer o meu direito de me armar,
Vingança! Se ao menos alguém me desse moral!"

O som é outro Hardcore rápido, com uma construção harmônica muito intricada, claramente composta no piano (como é de costume de Greg). A pausa estratégica no meio da música, com sons de vários relógios tocando o alarme ao mesmo tempo (ideia de Brett), fez com que a volta repentina dos versos parecesse o momento em que uma bomba-relógio explodisse, ou, o momento em que o garoto retratado na letra perdeu a paciência e resolveu cometer o atentado. Tenso!

Punk-O-Rama 8

Ao vivo, a banda inovou: a primeira parte da música era tocada apenas no violão (às vezes somente com Greg) e, depois da pausa com os sons dos relógios, a banda entrava quebrando tudo com as guitarras, baixo e bateria a toda velocidade! Pena que ela só foi tocada na tour do disco "New Maps of Hell", que só viria depois, entre 2007/2008.

Na edição japonesa, o álbum contou com a linda e épica “Shattered Faith” como bônus track. Com mais uma letra anti-religião composta por Greg, ela é constantemente citada nos fóruns da banda pela internet como uma das mais subestimadas do Bad Religion, tanto por não ter entrado no tracklist oficial do disco, como por nunca ter sido executada ao vivo. Realmente, uma judiação!

A banda também gravou a interessante “Who We Are”, de Mr. Brett, que acabou saindo como lado-B do single de “Broken”, e que só não entrou no tracklist, porque o guitarrista não ficou contente com a mixagem final. As duas acabaram figurando na “Punk-O-Rama 8”, um ano depois, em 2003.

CD Promo de "TPOB"
CLÁSSICO

De fato, quando decidiram fazer mais um álbum clássico em suas carreiras, motivados, principalmente, pela retomada da amizade e da parceria criativa, Greg Graffin e Brett Gurewitz não brincaram em serviço e entregaram o melhor e mais “sangue-no-zóio” disco do Bad Religion do novo milênio até os dias de hoje.

Apesar da produção exageradamente polida, “The Process of Belief” marcou o início da atual fase do Bad Religion com sua coleção de músicas fabulosas, com muitos momentos épicos e marcantes, e mostrou que, mesmo após 22 anos de estrada (à época), a banda ainda tinha muita lenha pra queimar, se mostrando muito sedenta para retomar seu lugar no trono da elite do Punk Rock mundial. O patamar estava novamente elevado!

TOUR

O BR saiu em tour para promover “TPOB” no dia seguinte de seu lançamento, em janeiro de 2002, ficando na estrada até setembro de 2003. O ponto alto do giro foi a participação como atração principal na Vans Warped Tour 2002, que durou de junho até agosto, rodando os Estados Unidos de costa à costa.

BR na Warped Tour 2002

Infelizmente, apesar de toda a repercussão mundial do disco, incluindo seu lançamento aqui no Brasil pela Sum Records, o BR não tocou na América do Sul nessa turnê, se limitando a rodar entre EUA (incluindo o Havaí) e Europa, com aquela passagem estratégica no Oriente para tocar no Japão, Austrália e Nova Zelândia.

Shape com a arte de "TPOB"

PUNK ROCK SONGS

A obrigação contratual do BR
Ainda em 2002, no dia 30 de abril, precisamente, foi lançada a coletânea "Punk Rock Songs (The Epic Years)". O disco, que encerrava as obrigações contratuais
 do Bad Religion com a Atlantic Records, era um apanhado de 26 faixas entre singles, gravações ao vivo e b-sides que a banda lançou de 1994 a 2000, período entre os discos "Stranger Than Fiction" e "The New America". Nenhum membro do BR se envolveu no lançamento e, curiosamente, ele não foi lançado nos Estados Unidos; apenas em mercados bem específicos e peculiares como Alemanha, Japão, Brasil, Malásia, Turquia, Rússia e Coréia do Sul.



Escute "The Process of Belief" na íntegra: