Olá, pessoas! (:
1993 é o ano de lançamento do oitavo disco dos Engenheiros,
o Ao Vivo “Filmes de Guerra, Canções de
Amor”, seguindo o ritmo adotado pela banda até o momento, de um álbum ao
vivo a cada três de estúdio. Produzido por Mayrton Bahia, que já havia
produzido a lendária Legião Urbana,
e gravado ao vivo na sala Cecília Meirelles, no Rio de Janeiro (com exceção das
inéditas “Realidade virtual”, e ”Às vezes Nunca”, que foram gravadas em
estúdio), em Julho de 1993.
Bom, eu não seria nada original se dissesse que é
considerado por muitos, um dos melhores (quiçá o melhor!) álbum da banda, tanto
entre os Ao Vivo, Acústicos e de Estúdio, pelas inéditas, pelas reinventadas
(dá pra considerar praticamente como um disco de inéditas, considerando as
ótimas versões que conseguem melhorar ainda mais as músicas já lançadas...),
pelo estilo semi-acústico (Com a percussão feita sem bateria, com guitarras
acústicas, piano, acordeon), nem lá-nem-cá, a contribuição da Orquestra Sinfônica, regida por Wagner Tiso, o amadurecimento, a
despedida do guitarrista Augusto Licks,
dando fim à “Era GLM”... Também,
seria igualmente inútil dizer que eu o acho, de fato, brilhante! Visto que
minhas opiniões elogiosas à banda são altamente suspeitas, dado o meu fanatismo...
Então, deixo à seu critério o julgamento.
Infelizmente, não encontrei um vídeo com o disco completo,
exceto esse aqui...
Mas já dá pro gasto, rs.
Enjoy!
Inédita e “abre-alas” do disco, com uma pitada clássica,
acompanhada da orquestra sinfônica de Wagner Tiso, num clima perfeitamente
ambientado à letra, te transportando à auto mar, “onda após onda, após onda... O barco ainda flutua. Ao sabor do acaso,
apesar dos pesares...”.
Como todos os discos, seguindo a lógica artística da banda,
o projeto é iniciado no clima proposto: à deriva.
“Então, preste
atenção: O mar não ensina, insinua. Estamos no mesmo barco, sob a mesma lua
Ao sabor da corrente,
tão fortes quanto o elo mais fraco
Âncora, vela, qual me
leva? Qual me prende?
Mapas e bússola,
sorte e acaso, quem sabe do que depende... (?)”.
Resgatada do 2° disco (Arevolta dos Dândis – 1987), e reinventada num blues acústico, a música
perde a agressividade e ganha uma cara mais sínica, como quem passa do revolucionário
irado ao crítico maduro...
“As coisas mudam de
nome, mas continuam sendo o que sempre serão”.
3. Pra Entender
Agora, voltando ao 3° disco (Ouça o que eu digo, não ouça ninguém – 1988), a canção ganha sua
versão cheia de charme com a guitarra do Licks, acompanhando irresistivelmente
cada verso. A percussão suave do Maltz regendo o clima manso da nova versão, e
o Gessinger, bom, sendo o Gessinger...
“Pra entender... Nada
disso é tudo, e tudo isso é fundamental!”
A segunda inédita lançada no acústico, com a gaita que a
banda tanto gosta de usar, brilhando junto com o vocal, (e provavelmente só por
este motivo não é tocada pelo multifacetado vocalista...), e à certa altura
ganha também o acompanhamento de um triângulo...
“Quanto vale a vida,
longe de quem nos faz viver?
São segredos que a
gente não conta, são contas que a gente não faz
Coisas que o dinheiro
não compra, perguntas que a gente não faz...”
Depois, virando um reggae engata um meddley com “Terra
de Gigantes”, de onde vem o questionamento que dá nome a ela, e mais
pra frente ganha um trechinho de “Refrão de um bolero” e “Perfeita
simetria” .
5. Crônica
Ainda resgatando o disco de 1988, é a vez da crônica ser cantada quase como um repente, com
triângulo e belos novos arranjos em guitarras acústicas e uma percussão,
acredito eu que em um bongô, e o belo acompanhamento das palmas, que energia...
“... Tudo isso já faz
parte da rotina, e a rotina já faz parte de você... Que tem ideias tão
modernas!
E é o mesmo homem que
vivia nas cavernas...”.
A belíssima música do 5° disco (O papa é pop – 1990) substitui o piano pelo acordeon pela primeira
vez, nascendo uma de suas versões mais belas.
Lançada no 6° disco (VáriasVariáveis – 1991), eu me arrisco a dizer que essa versão humilhou a
primeira. Não que a original fosse ruim, mas essa versão aqui realmente... Só
ouvindo. Coisa linda!
“Uma voz sublime, uma
palavra sublime, um discurso subliminar
Entre sombras, entre
escombros da nossa solidez...”.
A canção que dá nome ao 4° disco, o primeiro acústico (Alívio Imediato – 1989), a sua
reinvenção ganha não apenas nova melodia, mas também letra alterada em alguns
trechos.
“Que a noite traga alívio imediato, e que os muros e as
grades caiam...”.
9. Ando Só
Sem medo da redundância, eu me atrevo a afirmar que este
disco re-lança a melhor versão pra esta, também do 6° disco. Acompanhada pela orquestra, e com o Gessinger ao piano, a
versão se tornou mais popular que a de lançamento.
Também acompanhada pela orquestra, original do 5° CD, a música ganha o seu glamour
clássico, mas sem perder o tom marcial com a percussão em marcha no final.
11. Às vezes nunca
Terceira inédita lançada neste disco, é gravada em estúdio,
e plugada. Uma combinação de ritmos dentro dela, com sax, acordeon, triângulo e
pesados riffs de guitarra em perfeita harmonia, cada um em seu momento. A letra
é mais uma dessas demonstrações geniais do raciocínio subjetivo e subliminar do
letrista, méééstre!
Às vezes nunca é a materialização sonora daqueles momentos
que não aconteceram ainda, mas na sua cabeça são praticamente sólidos!
Entendeu? Não? Então ouve...
“Às vezes não entendo
o que você quer dizer quando fica calada,
você sempre soube (eu
não sabia)
Quando a frase acaba,
o mundo silencia
Às vezes não entendo
onde você quer chegar quando fica parada
É como ficar
esperando cartas que nunca vão chegar...”
12. RealidadeVirtual
A quarta música inédita, também gravada em estúdio, e com
ares de encerramento, como que projetada pra fechar o disco... E um encerramento
irônico, iniciado e terminado com um coral de acompanhamento.
“É preciso fé cega, e pé atrás. Olho vivo, faro fino, e
tanto faz...”.
Até o "Simples de Coração"
Tchau! o/
Muito bom esse disco!
ResponderExcluirNão conhecia