Eae tudo bom? Meu
nome é Raphael Lari, sou músico, e possuo o projeto de Hip hop Registrando O Lirico. Eu me ofereci
para o pessoal do Disco A Disco para comentar a discografia do Eminem e eles
aceitaram! Influenciado pelo meu amigo Léo Dias que começou a comentar a
discografia do Bad Religion aqui, e agora cá estamos. Eminem sempre foi o
artista numero 1 e rotina na minha vida e vai ser simples de comentar a
discografia já que eu sou muito chato pra detalhes quando eu gosto de algo
então eu sei muitos.
Escolhi essa porque é uma das mais naturais. |
Marshall Bruce
Mathers III mais conhecido como Eminem ou Slim Shady nasceu no dia 17 de
outubro de 1972 em St. Joseph, MS, mas sempre manteve suas raízes em
Detroit,MI. Criado no lado leste de Detroit, no lado tenso da 8 Mile, rodovia
que divide a parte onde se concentra a população negra da branca da cidade, Em’
e sua família era uma das únicas famílias brancas na região, situação que
acarretou problemas e bullying. Mas não era somente na rua que sofria, mas
também na escola, pois se mudava constantemente de casa devido à pobreza então
ele era sempre o “aluno novo” então sempre apanhava nos corredores e era preso
em armários.
Tendo que lidar com a falta do pai que o abandonou com 6
meses de idade e uma mãe viciada em uma série de coisas e sem um emprego fixo e
uma família doentia, Marshall achou sua voz no hip hop ainda cedo, a expressão
e rimas se comunicavam com ele de uma maneira que nenhum outro gênero tinha
conseguido.
Uma foto da época deve ser 1996 ou 1997 em NY |
Mais tarde na casa dos 20 anos Em’ possuía um grupo chamado
Bassimint Productions e Soul Intent mas nunca passaram de demos, enquanto isso
trabalhava em diversos empregos de salário mínimo e tentava conseguir respeito
em batalhas de MC’s em clubes de Detroit e principal delas foi a Hip Hop Shop
onde pela primeira vez o respeitaram de verdade mesmo sendo branco. Estava na
hora de dar o primeiro passo, que é o álbum de hoje.
INFINITE (1996)
É engraçado de dizer mas esse álbum foi um fracasso. A
estréia de Eminem em parceria o selo com os seus amigos antigos da Bassimint
Productions, os Bass Brothers, foi muito pior do que poderia – se imaginar. Em’
sempre foi o tipo de MC’ extremamente lírico, sempre treinou o flow o mais
rápido que podia, ainda adolescente lia o dicionário, era incrível com
Freestyle e aprendeu o conceito de multissilabicas e rimar entre as palavras
fazendo com que elas rimem o maximo entre si, mas talvez ele ainda não saberia
como soar e nem como seria sua personalidade em sua música, então aos 25 anos
no primeiro álbum que só vendeu umas 100
cópias das 1000 que foram feitas, primeiro porque ninguém levava
a sério um garoto branco fazendo Rap, e segundo porque as pessoas falavam que
ele soava como o Nas ou AZ que eram um dos rappers de alta nos anos 90 na costa
leste nos Estados Unidos, devido ao fracasso, Em’ tentou se matar com pílulas
pra dormir no mesmo ano de lançamento. E mesmo assim depois de anos que ele
ficou famoso os fãs descobriram que esse álbum até que não é tão ruim assim
como diziam, mas perto dos outros, é como dizem, “num guenta nem 10 minuto”
A produção do álbum ficou por conta do Mr. Porter,
integrante do grupo que Eminem fazia parte, a D12, que depois que estourou
todos os outros 5 vieram junto e sempre faziam juntos as tour, gravaram 2 álbuns
de estúdio e o grupo entrou em hiato depois que um dos integrantes, Proof, o
melhor amigo de Eminem, foi morto em 2006 em um tiroteio num bar.
O álbum abre com a homônima Infinite e já nos primeiros segundos do disco já podemos ouvir um
“Ow yeah its Eminem baby” onde ele mostra uma face muito mais forçadamente pop,
principalmente porque ele queria vender e dar certo pra sustentar sua filha que
estaria por vir, e também vemos uma face muito mais tranqüila e soft do
Marshall, contrasta muito com o som que depois foi desenvolvido nos anos
seguintes. A música fala sobre esse sonho de conseguir o sucesso e mostrando o
que ele poderia fazer liricamente “You heard of hell well I was sent from it / I
went to it's surface and sentenced for murdering instruments/I’m Infinite.” Pessoalmente
a melhor do álbum, ótimos sintetizadores do Mr. Porter e o refrão é um dos mais
legais que ele já fez, é uma pena que é nesse contexto.
O álbum segue com a skit W.E.G.O onde o DJ do Eminem, o DJ Head e o Proof falam sobre sua
mixtape nova (por isso o nome W.E.G.O que é o nome da mix, não sei o que
significa até hoje) e apresentam a próxima música do álbum que é (ou era pra
ser) single pra tocar na rádio
It’s OK não
parece nem do Eminem de tão forçadamente pop é aquela coisa, entretanto é uma
musica muito limpa e bem tratada, com o refrão cantado pelo Eye Kyu que cola na
cabeça e não sai nem a pau. A temática da música gira em torno de sua filha que
está para nascer e as preocupações que giram em de dar uma condição para a sua
família com a música mas que mesmo com tudo “tá tudo bem” (Its Ok.)
313 é a próxima e
dá uma referencia de área pros desavisados. Na cultura Hip Hop dos Estados
Unidos é comum que as pessoas falem da onde elas são pelo código de área de
telefone no local no caso que possui 3 números e a de Detroit é 313. A música
fala sobre a cultura hip hop e a qualidade dos MC’s de Detroit. A produção é
padrão East Coast, nada especial.
Agarra aquela gata pra dançar na balada Black (e essa
ironia?) porque a próxima é Tonite. Não
dá, toda vez que eu ouço esse álbum eu fico impressionado com a diferença e
como esse álbum é muito forçado e pop, porém junto com a Infinite é a que eu
mais gosto. A produção dessa é excelente, ótimo sample do Porter. E mais um
refrão grudento e muito legal que o Eminem escreveu nessa. A música gira em
torno de como tem varias coisas acontecendo e que hoje a noite nós vamos sair e
ficar de boa hahaha.
Maxine é o nome
da personagem da próxima música que fala sobre uma típica menina suburbana de
Detroit, totalmente louca e provocativa que deixa geral babando por ela e mesmo
assim é perdida dentro de si e precisa de ajuda. A produção é normal, nada
demais, entretanto Mr. Porter faz um verso nessa e o rapper local Three também.
Open Mic é uma
música típica cypher de MC’s onde todos ficam em volta do microfone mandando
suas rimas independente de qual tema seja e até no começo da música tem uma
pequena encenação de briga de quem irá rimar primeiro no tal Open Mic. Nada
demais essa música também, rapper local Thyme participa.
Never 2 Far tem
um dos temas mais legais do álbum que engloba tudo, a insatisfação de ser pobre
na fria e cinza Detroit e correr atrás dos seus sonhos. No refrão ele estende
uma mão pra quem quer “Não importa onde você esteja você pode fazer qualquer
coisa, nunca esta tão longe” Não é a toa que falavam que soava como Nas porque
é bem parecido com The World Is Yours. A produção dessa é mais legal dos que as
outras, boas progressões de nota no sintetizador.
O sample dessa é gostoso hein? Searchin é aquela típica Love song de estar procurando alguém mas
já sabe quem você quer mesmo. E é engraçado como ele fazia esse tipo de música
pra depois virar aquele louco psicopata matando a mulher dele nas músicas,
parece que nem é verdade. A produção é ótima
e o Eye Kyu dá um brilho na música com sua voz.
Backstabber começa
com uma ótima produção do Mr.Porter, o groove é muito bom. Lembra que eu disse
que Searchin’ era uma música de amor? O refrão dessa aqui é sampleado de uma
musica chamada “Fuckin Backstabber” que é da primeira demo solo do Em’ e ela
fala sobre o relacionamento dele com a mulher dele ser complicado,
definitivamente, o maior relacionamento on and off já visto na história do Rap
mundial hahaha. Entretanto o tema dessa
é diferente, é simplesmente o Em’ mostrando seus skills de contar histórias
numa situação imaginária aonde ele esfaqueava pessoas e é pego pela polícia.
Jealously Woes II
finaliza o álbum com uma boa produção até do Mr. Porter com o tema do
relacionamento com vadias, essa música é a parte II entretanto em todos os meus
anos de underground e catálogos de todas as musicas do Eminem que os fãs ultra
hardcore fazem desde que ele era adolescente, nós nunca achamos a parte 1,
deduzimos que provavelmente nunca foi lançada.
Pra quem se interessaria e gostaria de ouvir, ta aí, mas aviso que esse álbum é para aqueles que já estão acostumados com Rap e entendem o contexto ou para die hard fans do Em', é uma experiencia interesssante:
O Infinite é um álbum interessante. Embora não seja tão
natural como os outros trabalhos do Em’ devido ao todo seu desespero, as
músicas são divertidas e interessantes, muito bem produzidas pra proporção das
coisas da época e dinheiro. Ele aplicou
toda sua técnica e fibra rimática no álbum e quem manja de rimas,
multissilabicas e flow schemes sabe do que eu to falando, mas felizmente
naquele momento não foi o suficiente pra dar certo, porque em 1997, Slim Shady
nasce, a história e música muda de curso completamente...
Po cara, q massa. Confesso q nunca tinha ouvido nada desse disco... mas achei ótimo. Um pouco diferente do que eu conheço do cara, mas bem interessante. Curti o post, bastante info relevante. Mandou bem, mano!
ResponderExcluirCurti mto a sonoridade "bizarra" de Backstabber, aliás
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